Mais um soneto dos tempos de adolescência.
Não é preciso que me digas: “Eu te amo”,
Não preciso de palavras dos lábios teus,
O que preciso, quero, e até mesmo clamo
É por um beijo: e me sinto um semideus.
Neste silêncio permaneçamos unidos
Como se fôssemos uma alma somente
Vivendo neste amor e em amar entretidos
Doce ternura de uma paixão inconsequente.
E quando tu me olhas assim tão distraída
O coração cede a um toque de veludo
Apaixonado e sem haver qualquer saída
Fico hipnotizado neste silêncio mudo,
Mas a circunstância às palavras te convida.
Apenas sorria: teus olhos dizem tudo.
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