Este foi o primeiro soneto que escrevi. Devia ter uns 17 anos, e minha técnica era ainda incipiente.
Preciso de ti nos meus braços envolvida,
Fazer enlaçar minhas mãos nos teus cabelos,
Dos lábios num beijo a doçura recolhida,
Nós, enamorados, com o direito de sê-los.
Dizer-te aos olhos no silêncio do infinito
Palavras surdas que ao coração estremecem.
Senti-lo em teu peito, descontrolado e aflito
Louco de amor por quem todo amor te oferece.
Se me ouves, ó minha amada, que venha pois
O pranto escorre e eu estou sozinho aqui
Quando é a lei do destino unirmo-nos dois,
Que prevaleça então essa vontade em si
A fim de que eu possa confessar-te depois:
Preciso… Preciso simplesmente de ti…
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